IAB destaca desafios urbanos globais na COP30, firma convênio para ações de adaptação climática e entrega propostas estratégicas ao Ministério das Cidades e ao Presidente da COP30. Assista ao vídeo:
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) teve relevante participação na COP30, em Belém (PA), integrando oficialmente, como delegado do Brasil, a programação da Zona Azul, espaço diplomático e técnico das Nações Unidas. O presidente nacional do IAB, Odilo Almeida Filho, participou da mesa-redonda “Periferias e Justiça Climática: Desafios e Inovações”, no Pavilhão do Brasil, em 10/11/2025, trazendo dados centrais para compreender a urgência da agenda urbana global.
Odilo destacou que, em menos de um século, a população urbana mundial passou de 25% para mais de 55%, com projeções de atingir 68% até 2050. Esse crescimento acentuado coloca as cidades na linha de frente da crise climática. Segundo o Relatório Mundial das Cidades 2024 (ONU-Habitat), seriam necessários US$ 4,5 a 5,4 trilhões anuais em investimentos para adaptação das áreas urbanas, mas o financiamento disponível hoje cobre apenas 20% dessa demanda. Para o IAB, enfrentar esse cenário exige colocar as periferias no centro das políticas públicas e fortalecer soluções baseadas na natureza.
Durante o evento, o Ministério das Cidades e o IAB assinaram o convênio do Edital Periferias Verdes Resilientes, destinando R$ 2,5 milhões ao IAB-PB para ações participativas de adaptação climática na Comunidade do “S”, em João Pessoa. O projeto prevê jardins de chuva, biovaletas, áreas sombreadas e hortas comunitárias, envolvendo moradores, estudantes e profissionais no desenho e execução das soluções.
O IAB entregou ao Ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e ao Presidente da COP30 (que também é Membro Honorário do IAB) André Corrêa do Lago, três documentos estratégicos produzidos pela entidade e instituições parceiras, reunindo diretrizes e propostas nacionais para a construção de uma Agenda Urbana Mundial com Justiça Climática. Entre eles estão a Carta de São Luís para a COP30, a publicação “Extremos: Arquiteturas para um Mundo Quente” da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, e o documento “Ordenamento do território, desafios climáticos e moradia digna”, aprovado pelo Conselho Superior do IAB.
A participação do IAB na Zona Azul evidencia o reconhecimento do compromisso dos arquitetos e urbanistas na formulação de políticas públicas urbanas e nas negociações internacionais sobre clima, reforçando o papel da arquitetura na construção de cidades mais justas, resilientes e sustentáveis.
