O Congresso Brasileiro visa fortalecer o caráter do ofício que age no presente por meio do lançar “mundos no mundo” – verso de Caetano em Livros, recentemente resgatado pela análise do crítico Guilherme Wisnik. Tomado em sentido forte, este projetar reaproxima a construção de espaços e a de novos horizontes de sociedade. 

As próximas gerações precisam vislumbrar sua atuação junto dos povos e territórios onde hoje a arquitetura e urbanismo não chegam. As estratégias de projeto e de planejamento, as técnicas e os sistemas construtivos serão inovadores se derem respostas às necessidades reais e urgentes, ambientais, econômicas e culturais. A formação em arquitetura e urbanismo, se refundada sob novas bases, terão um importante papel na construção social de um projeto de país. Já temos experiências nesse sentido, devemos mapeá-las e fortalecê-las. 

É preciso repensar a relação cidade-natureza. Há décadas técnicos e cientistas alertam que os eventos de emergência climática não são meramente naturais, mas uma sobreposição de fatores ligados a um modelo predatório de produção e consumo. Acontecimentos recentes poderiam ter sido minimizados, alguns evitados, se órgãos de planejamento estivessem estruturados, se Estado e sociedade estivessem noutro rumo. As populações urbanas por sua vez arcam com grande parte dos ônus deste paradigma.