Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo

A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo é um projeto organizado pelo IAB Nacional e realizado pelo IABsp. Desde sua primeira edição em 1973, as bienais buscaram rever, discutir, explorar e tornar acessível a diversos públicos questões sobre a ocupação do território e nossa sociedade. Sendo uma importante manifestação cultural, social e política, a arquitetura brasileira encontra nas bienais sua principal instância de debate, essencial para o desenvolvimento crítico. Tendo a disciplina como retrato dessa sociedade em termos físicos e territoriais, a bienal deve ser então o metarretrato por meio do qual observamos e interpretamos a realidade e desafios cotidianos.

A 13ª Bienal Internacional de Arquitetura assumiu como provocação central inicial a RECONSTRUÇÃO. Convidando a repensar projetos, processos, espaços e práticas sociais, durante e depois da pandemia de COVID-19, a partir de eixos norteadores preliminares que guiam a organização deste evento: democracia, corpos, informação, memória e ecologia.

No convite a este amplo debate, assumimos o compromisso de dar continuidade ao processo seletivo aberto para a co-curadoria do evento, desta vez acompanhado da figura de uma curadora residente que possa pensar na edição atual. O Concurso de Co-Curadoria aconteceu no início de 2021 e selecionou TRAVESSIAS, uma proposta de recorte curatorial para a 13ª Bienal.

Partindo do fato de que os tecidos urbanos das cidades brasileiras são estruturas marcadas pela fragmentação, descontinuidades e simultaneidades tanto físicas, como simbólicas. As origens deste tecido estão enraizadas nos violentos processos de colonização e pela transferência das conformações de desigualdades e apagamentos para as cidades. A possibilidade de atravessamento pela imensa colcha de retalhos brasileira representa tanto o compartilhamento de urbanidades possíveis, como a oportunidade de reinterpretação de memórias coletivas ancestrais. O recorte curatorial travessias propõe eixos de atravessamentos na cidade articulados a nós temporários de atividades coletivas da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura.

A Bienal Travessias pretende ressaltar a riqueza de leituras propiciadas pelo deslocamento dos corpos em paisagens desconhecidas ou familiares, ativando processos de ressignificação histórica sobre o território a partir de uma visão local e evocando memórias ancestrais. Reafirma, assim, a descolonização da construção do espaço e do corpo e põe a arquitetura e o urbanismo como ferramentas epistemológicas investigadoras de passados e capazes de fazer ressurgir narrativas apagadas por políticas eugenistas e/ou higienistas através de recriações de esferas de vida e sociabilidade que foram sublimadas pela política do invisível.

No sentido de construir um evento que também se estruture a partir do fortalecimento de uma rede de colaboração – envolvendo universidades, instituições culturais, movimentos sociais, entre outros – que atue frente a um pacto social para compartilhar projetos, narrativas, experiências, ferramentas que possibilitem compreensão, atuação e transformação do ambiente e da cultura urbana.

EQUIPE CO-CURADORIA
CAROLINA PIAI VIEIRA | jornalismo | cartografia negra
LARISSA FRANCEZ ZARPELON | arquitetura | diálogos entre arquitetura e cidade
LOUISE LENATE FERREIRA DA SILVA | arquitetura | relações raciais | patrimônio cultural
LUCIENE GOMES | arquitetura | universidade do recôncavo da bahia | acessibilidade
PEDRO CARDOSO SMITH | arquitetura | arte | universidade aberta do meio ambiente
PEDRO VINÍCIUS ALVES | ciências sociais | cartografia negra
RAÍSSA ALBANO DE OLIVEIRA | antropologia | educação| cartografia negra
THIAGO SOUSA SILVA | geografia | arte | ciências e espiritualidades africanas
VIVIANE DE ANDRADE SÁ | arquitetura | arte | relações entre corpo e cidade

CURADORIA RESIDENTE
SABRINA FONTENELE | arquiteta e urbanista | diretora de cultura do IABsp

https://bienaldearquitetura.org.br/