O arquiteto Paulo Ormindo de Azevedo, do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia (IAB-BA), representou o país no II Congresso Internacional de Patrimônio Industrial, realizado em Santiago do Chile nos dias 11 e 12 de julho. O evento teve como tema “Ascensores e Elevadores do Mundo” e reuniu especialistas da Alemanha, Brasil, Chile, Estados Unidos, Grécia, Itália e Portugal.
O congresso coincidiu com o centenário do funicular do Cerro de San Cristóbal e foi promovido pelo Comitê Internacional para a Conservação do Patrimônio Industrial (TICCIH), pelo Instituto Italiano de Cultura e pelas universidades Finis Terrae (Chile) e Pavia (Itália).
Exemplo brasileiro
Azevedo apresentou uma perspectiva histórica brasileira com a apresentação “Um sistema funicular quadricentenário”, sobre os chamados “guindastes” soteropolitanos do final do século XVI. Segundo ele, o primeiro desses sistemas foi o Guindaste da Fazenda, construído para o transporte de mercadorias para a Alfândega localizada na cidade alta. Posteriormente, ordens religiosas construíram equipamentos similares: os Guindastes dos Padres (Jesuítas), do Carmo, da Misericórdia, de São Bento e de Santa Teresa. Os guindastes operavam com força humana – escravos movimentavam tambores giratórios.
A partir da década de 1870, alguns desses guindastes foram transformados em planos inclinados para transporte de pessoas, inicialmente movidos a vapor. O Guindaste dos Padres tornou-se o Plano Inclinado Gonçalves, e o do Carmo foi convertido no Plano Inclinado do Pilar, ambos posteriormente eletrificados no início do século XX.