Entre 18 de setembro e 19 de outubro de 2025, a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo ocupará o Parque Ibirapuera para discutir o enfrentamento das mudanças climáticas e dos eventos extremos a partir do olhar da arquitetura, do urbanismo, do design e do paisagismo.
O conceito curatorial desta edição parte do entendimento de que vivemos em tempos de extremos climáticos, exigindo da arquitetura soluções radicais e inovadoras. O ponto de não retorno nos desafia a repensar como habitar o planeta, buscando respostas tanto na vanguarda científica e nos estudos da produção quanto nos saberes das periferias urbanas, aldeias e quilombos. A Bienal será um espaço de convergência de conhecimentos, apresentando respostas concretas para o aquecimento global e para a adaptação aos eventos extremos que já enfrentamos. Propostas apresentadas na forma de projetos, construídos ou não, construções experimentais, produções audiovisuais, palestras, performances, oficinas e debates científicos, além de ações situadas em territórios fora do Parque Ibirapuera farão parte da Bienal.
Inspirados nos relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), especialmente o AR6, os curadores da 14ª BIAsp definiram cinco eixos temáticos que nortearão as discussões, projetos e propostas do evento: 1. Preservar as florestas e reflorestar as cidades; 2. Conviver com as águas; 3. Reformar mais e construir verde; 4. Circular e acessar juntos com energias renováveis; 5. Garantir a justiça climática e a habitação social.
Neste momento, há três chamadas de trabalhos ativas para a 14ª BIAsp: Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura e Urbanismo (até 20/4); Chamada Aberta Internacional para o Fórum de Debates + SP Meeting (até 21/4); e Chamada Aberta Internacional para Exposições e Atividades (até 28/04). A participação é gratuita e as inscrições são feitas online no site da Bienal: bienaldearquitetura.
Convidamos a sociedade a apresentar e desenvolver propostas concretas que unam os avanços da ciência do clima aos saberes ancestrais, combinando as novas tecnologias socioambientais a práticas e materiais tradicionais.
A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo é uma das principais instâncias de debate e atualização da cultura arquitetônica brasileira. Sua história remonta a 1951, quando o evento se configurava como Exposição Internacional de Arquitetura dentro das Bienais de Arte de São Paulo. Foram dez edições entre 1951 e 1971. Em 1973 ocorreu a primeira BIAsp no formato que conhecemos hoje. O tema era “O ambiente que o homem organiza”, e 22 países participaram. Desde então já são 13 bienais, cujo público somado é estimado em quase dois milhões de pessoas, com edições, como a 12ª, que ultrapassaram os 300 mil visitantes.
“A Bienal de Arquitetura de São Paulo é o grande momento de reunir experiências práticas e atualizadas das contribuições da arquitetura e do urbanismo para a sociedade. Um evento como esse pauta os temas fundamentais e urgentes que precisam ser enfrentados, e nesse caso, ano de COP30 no Brasil, e ano de Conferência das Cidades, com a percepção generalizada de que vivemos um período de aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos no mundo, vamos na Bienal mostrar e pensar juntos o que podemos fazer para melhorar a situação de nossos cursos d’água, nossas estruturas urbanas, as condições de moradia”, diz Raquel Schenkman, presidente do IABsp. “E faremos isso a partir de uma agenda cultural especial durante setembro e outubro, que inclui uma grande exposição, além de oficinas, palestras, debates, filmes, uma vez que a cultura tem o poder de difundir e ampliar essa mensagem por um mundo mais justo e integrado com a natureza”.
Renato Anelli, curador da Bienal, comenta a importância do tema desta edição: “A arquitetura fez um esforço gigantesco para criar as cidades adaptadas à produção industrial há cem anos atrás. Hoje é necessário um esforço da mesma ordem para reverter os efeitos da industrialização baseada na emissão de Gases Efeito Estufa para o crescimento sem limites. É preciso criar uma nova relação com a natureza, não mais se colocando fora dela para melhor explorá-la. Criar uma nova cidade capaz de conviver com as águas e incentivar a biodiversidade. A 14ª BIAsp convoca os arquitetos de todo o mundo a trazer suas propostas e suas práticas que demonstrem que é possível reverter o aquecimento global através da mudança na forma de produzir o ambiente construído.”