O modelo de exploração minerária adotado em Minas Gerais, arcaico e predatório, traz no seu bojo o desrespeito à vida em todas as suas formas. O impacto da mineração na vida das pessoas e na preservação de recursos valiosos como a água precisam nos alertar para a urgência de uma moratória dos empreendimentos minerários em Minas Gerais.
Não é possível liberar empreendimentos que, comprovadamente, degradam a saúde de nossas crianças, ceifam vidas e destroem as possibilidades de vida no território, poluem e exaurem nossa água.
A Serra do Curral compõe nossa identidade como cidade, emoldura nossa paisagem, nos conta a história e celebra a beleza dessa chamada Belo Horizonte. Nossa luta pela sua integridade já dura mais de 40 anos, quando dizíamos, juntos, olhe bem as montanhas. Perdemos o pico, perdemos pedaços, mas ainda há tempo de salvá-la.
No Conselho Estadual de Política Ambiental, a quem caberia salvaguardar a qualidade ambiental de Minas Gerais, que essa proteção deveria encontrar seu maior suporte. No entanto, nada ali condiz com o cuidado que a natureza exige. É preciso que os conselheiros e o estado assumam sua responsabilidade de proteger nossas serras, nossa água, nossos biomas, nossa vida.
O Instituto de Arquitetos do Brasil une-se aos movimentos ambientais e populares pela proteção da vida na exigência da não liberação, pelo cancelamento de quaisquer autorizações de lavra e mineração na Serra do Curral e pela fiscalização efetiva de sua proteção.